Parada Gay 2015- Perdido no desejo!

Vou deixar a segunda parte do texto “Sexo e o dinheiro” para depois, no momento vou comentar sobre as minhas aventuras na Parada gay 2015.

Antes de qualquer coisa vou deixar bem claro que vou ser o mais verdadeiro possível nesse texto, quero que todos aprendam com os meus erros e aqueles que escondem seus segredos podres possam se enxergam em algumas coisas...

Não estava bem, meu distúrbio de dismorfia corporal queria me deixar em casa, estava me sentindo magro e feio, e após conversar com meu terapeuta por whatsapp e ele como sempre me explicando que eu sou forte (físico) e que minha feiura é imaginação do meu distúrbio resolvi enfrentar o problema e fui mesmo me sentindo péssimo para a Parada Gay 2015.

Chegando ao local as pessoas me mostravam ao contrario do que eu sentia, recebi  tantos elogios e cantadas por onde passei que comecei a me sentir mais calmo, e em um certo momento cruzei um espelho que tinha na faxada de um banco e me vi extremamente musculoso, meu distúrbio estava mais fraco e aquilo me deixou mais seguro.

Após assistir aos shows e beber umas cervejas estava descendo a Consolação quando passou por min um cara muito lindo e gostoso, ele era bem forte e isso me deixou mais interessado, fiquei parado e ele passava de um lado para o outro me olhando e eu correspondia, porém por ser inseguro eu já coloquei para min mesmo que por hora não chego mais em ninguém. Cansei de dar minha cara à tapa e correr o risco de levar um fora. E nesse meio gay o orgulho é muito maior que o desejo.

Finalmente em um momento ele me cumprimentou e rapidamente já estávamos aos beijos, e por dentro de min gritava a vontade de ser aceito. “Olhem para min, eu me moldei aos padrões que vocês exigiam agora me amem”.

Depois de muito beijar e trocar telefones  ele foi embora e eu estava feliz pois tinha me "dado bem" até que avistei "Carlos" um rapaz que admiro muito na academia. Ele tem toda a vida que eu admiro e imagino que seja maravilhosa na minha cabecinha. Sempre está rodeado de amigos, é lindo, tem uns 2m de altura e parece ser bem resolvido. 

Comecei a entrar nas minhas neuroses e estava entrando em contato com minhas frustrações de não ser ainda o que eu queria para min, não ter amigos e nem ser alguém seguro, mesmo não sabendo se ele é seguro.

eu sou meu pior inimigo

Segui a festa mesmo tenso e dentro de min já sabia que ia comecar a me depreciar e nisso cai numa velha válvula de escape, a de buscar sexo! Queria me auto afirmar e precisava transar, precisava descarregar aquela tensão de carência, aquela tensão do medo de toda uma vida para me moldar ter sido em vão.

A parada gay já estava no final e já me encontrava na Republica e aqui a baixaria começa.  Já era de noite e passei pela praça da Republica e vi uma cena muito comum em finais de parada gay, homens de todos os tipo transando como animais nas arvores e em alguns locais que existem por ali. Aquilo me deu um tesão e uma vontade de me jogar mais “NÃO”. Como um gay como eu que quer ser “top” poderia estar naquela putaria?

Mas eu queria sexo, e já que não tinham muitas opções resolvi me jogar no Cine Republica que simplesmente foi dinheiro jogado fora, e na realidade o pouco dinheiro que me restava e foi a pior coisa. O local estava cheio de gente desinteressante e acreditem eu não fiquei nem 15 minutos.

Não cometam esse erro!

Voltando para a rua pensei que não custaria nada dar uma passada na praça só para ver a putaria e dito e feito já estava eu quebrando minhas regras e me jogando na sacanagem.  Meu coração estava a mil por hora, imagine se alguém me visse ali, se o rapaz que eu admiro na academia passa-se. Enfim, eu estava louco de tesao e na neura ao mesmo tempo e ali eu percebi que quem reinava era as travestis, todos os “caras ht (hetero)” que os gays piram queriam elas.

Não fiz nada naquela putaria e de repente alguém me puxou pelo braço, era um menino gay que converso na academia. Aquilo me deixou tenso, fui embora me sentindo um lixo, todas as minhas loucuras de um “ideal de vida e conduta” estavam me infernizando a cabeça.

Sentia-me frustado e com medo de ser uma piada num meio que eu nunca fiz parte. Todos os  “gays tops” que admiro no gueto não estariam ali, ou estariam e eu não vejo? Mas como ter uma vida sem falhas? E se ele contar para o Carlos e todos me acharem podre! Mas como ter uma vida, sem ser tomado pelos desejos e conseguir manter uma “imagem” sempre? São tantas duvidas!

Será que isso um dia vai mudar e vou conseguir viver bem e em paz comigo mesmo, será que um dia vou conseguir ter amizades? Hoje não sei de nada!

Um beijão para todos!